Rolando Dados
862 palavras
4 minutos
Escravidão
A Escravidão em Ytarria
A escravidão em Ytarria é uma instituição complexa, moldada pelos contextos históricos e culturais dos diversos povos transportados para Yrth pelo Cataclismo, assim como pelas necessidades e tradições que se desenvolveram nesse novo mundo. É amplamente praticada em algumas regiões, proibida ou rara em outras, e sua legalidade e percepção social variam bastante entre as nações e raças.
Contexto Histórico e Geral
- A escravidão existia nas margens da sociedade europeia medieval e era parte integrante do Islã durante aquele período na Terra — algo que inevitavelmente se refletiu em Yrth.
- Servia a propósitos práticos, como o gerenciamento de prisioneiros de guerra, já que sociedades medievais não dispunham de recursos para manter longas detenções. Escravizá-los era visto como mais moral do que executá-los.
- Comunidades com necessidade urgente de mão de obra viam como tentador explorar vizinhos considerados “menos que humanos”.
- A troca de prisioneiros após conflitos é uma tradição em Ytarria, mas nem sempre ocorre, mantendo o incentivo à escravização de cativos.
- Em todos os territórios onde a escravidão existe, ela é vitalícia. No entanto, fora de Mégalos, escravos podem às vezes ser libertos por seus donos, e o Islã encoraja esse ato.
Onde a Escravidão é Permitida ou Comum
- Mégalos, al-Haz e al-Wazif permitem explicitamente a escravidão. Mégalos, inspirado deliberadamente na Roma Imperial, adotou essa prática junto com outras tradições romanas.
- Muitas tribos dos Territórios dos Nômades e de outras regiões também a praticam.
- Caithness segue oficialmente as leis de Mégalos, mas a escravidão é rara. Alguns prisioneiros e criminosos trabalham para o rei, enquanto outros são forçados à servidão nas fronteiras. A posse privada de escravos é proibida, com exceções para cativos (como ex-invasores orcs) ou casos voluntários.
- Araterre nunca adotou totalmente o modelo megalano, mas não-humanos e habitantes das Ilhas Bilit são usados como escravos em algumas propriedades.
- Alguns clãs anões utilizam a escravidão como conveniência ou punição, enquanto outros a rejeitam completamente.
Onde a Escravidão é Proibida ou Rara
- Sahud não possui escravidão formal, mas algumas de suas instituições sociais rígidas se assemelham a ela.
- Cardiel aboliu oficialmente a escravidão como parte de reformas sociais, mas ela ainda sobrevive em regiões remotas. Escravos fugitivos que alcançam Cardiel tornam-se livres, sem dívidas ou obrigações, o que gera tensão com países vizinhos.
Tipos de Escravos em Mégalos (e aplicável a outros lugares)
- Escravos por Lei: Criminosos condenados por assassinato, traição ou destruição grave de propriedade podem tornar-se escravos da Coroa. Usados em tarefas pesadas e indesejadas como mineração ou construção, vivem em média 5 anos. A lei islâmica rejeita esse conceito — muçulmanos não podem ser escravizados, nem mesmo criminosos.
- Escravos por Captura: Pessoas capturadas em guerra (não devolvidas por tratados) ou vítimas de traficantes de escravos. Cristãos e muçulmanos são proibidos de escravizar membros de suas próprias religiões, mas comerciantes inescrupulosos ignoram isso. Aldeias costeiras em al-Wazif, Cardiel e Araterre temem essas incursões. Fonte comum de escravos não-humanos.
- Exemplo específico: O antigo Conde de Dekamera, Gavin Magnus, era conhecido por incursões escravagistas em al-Wazif. Seu filho, Taveon de Dekamera, foi capturado numa dessas expedições contra Sa’Azraq. Após sua libertação, Taveon buscou vingança, planejando novos ataques contra os wazifenses, em violação aos tratados.
- Escravos por Nascimento: Filhos de escravas pertencem ao dono da mãe. Em terras muçulmanas, se o dono for o pai reconhecido, a criança é livre e herdeira. Muitos escravos em Mégalos e terras islâmicas nasceram nessa condição. Em Caithness, a escravidão hereditária foi abolida; filhos de escravos tornam-se vassalos feudais.
- Escravidão por Escolha (Escrituração): Vender-se temporariamente como escravo, geralmente para pagar dívidas, é permitido em Mégalos e em algumas terras cristãs.
Direitos e Tratamento dos Escravos
- Escravos geralmente não possuem bens, embora muitos donos permitam alguns pertences pessoais.
- Em Mégalos (e teoricamente Caithness), o dono pode matar seu escravo por qualquer motivo. Isso não é considerado “certo”, e grupos como os Cavaleiros de Cantaria punem severamente abusos. No Islã, matar um escravo é permitido por lei, mas malvisto pela maioria dos muçulmanos. Ferir o escravo de outro é considerado uma grave violação de propriedade.
- Escravos não-humanos são vistos como perigosos ou imprevisíveis. Orcs são difíceis de controlar, elfos buscam vingança, e alguns anões e tribos criam filhos de escravos como parte da família.
- Em nações islâmicas, escravos não são automaticamente desprezados. Alguns podem ocupar cargos elevados, embora ainda sejam propriedade. São protegidos contra abusos por costumes fortes.
Perspectivas Culturais e Religiosas
- Igreja Cristã: Desaprova oficialmente a escravidão como contrária ao amor cristão, mas na prática apenas restringe quem pode ser escravizado. É legal escravizar pagãos, hereges, infiéis, excomungados e “seres sem alma”. A Igreja pode até excomungar criminosos para justificar sua escravidão.
- Islã: Não vê a escravidão como algo bom, mas sim inevitável. Muçulmanos podem possuir escravos, mas libertá-los é considerado um ato virtuoso — desde que o liberto possa se sustentar. Muçulmanos livres não podem ser escravizados, nem mesmo em guerra. A lei islâmica proíbe a castração humana, embora muçulmanos ricos possam adquirir guardas eunucos (geralmente orcs ou ogros) de terras além das fronteiras conhecidas.
- Elfos: Consideram a escravidão algo repulsivo.
- Orcs e Ogros: Tendem a explorar os mais fracos. Não têm senso de justiça além da “vingança”, e sua lei brutal pune crimes com morte, exílio ou escravidão. Indivíduos mutilados ou aleijados são considerados inúteis.
- Goblins: Seguem os costumes humanos locais quanto à escravidão.
- Anões: Alguns clãs a permitem, outros não. Nunca escravizam outros anões. ok